quinta-feira, novembro 01, 2007

Querida Joaninha

Começo então como me pedes, vou começar por me apresentar aos leitores de este blog. O meu nome é João e para quem não sabe sou o novo colaborador do Verde Lima. Escrevo também um blog em decadência chamado "Sentido da Coisa"

Acertaste-me no meu ponto fraco, porque sinceramente deixaste-me sem argumentos contra a prostituição e o tráfico sexual. Visto que não vou conseguir criar uma opinião própria, visto que o tema também envolve feminismo e eu não consigo descrever emoções que tenham a ver com o sexo oposto. Também, com a maior das inseguranças, começo já por afirmar que me sinto algo imaturo por estar a avaliar e a contra-argumentar as opiniões de uma pessoa que já esta na universidade, com muita opinião própria, com uma escrita muito melhor que a minha e cinco anos mais velha, sendo eu um reles estudante escolar que lê um livro uma vez em cinco meses.

Em primeiro lugar concordo contigo quando dizes que a cultura pop, a televisão e a literatura-light esta a ‘aligeirar’ a questão da prostituição. Mas aí já entramos noutro tema, a influência dos média sobre a nossa “cultura”. Isso não acontece só em Inglaterra (agora vem a primeira comparação Portugal - Inglaterra no blog), acontece em todo o mundo e essa é na minha opinião um dos maiores problemas da globalização. Há televisões com um conteúdo baixo e generalista em todo o mundo e aposto que todos os canais têm programas como ‘The Secret Diary of a Call Girl’. Novamente concordo contigo porque este programa realmente só existe para aligeirar a prostituição. Ninguém fica com programas ou séries como essas alerta dos problemas do tráfico sexual. Nos é que temos de ter a noção de que mulheres são exploradas, maltratadas e abusadas e não são de certeza tratadas como ‘Prostitutas de classe’. Dando agora um exemplo, já viste os anúncios da MTV (que curiosamente é o canal mais ‘easy-watching’ que já vi com programas como o “Dismissed” ou o “Next”) contra o tráfico sexual. Num temos uma mulher a fazer uma dança no poste e uns homens a babarem-se. Depois obtemos um perspectiva diferente onde vemos a mulher preza ao poste na horizontal numa vitrina a rodar como carne e os homens de gatas como cães a babarem-se. É um anúncio que mostra mesmo a perspectiva da mulher sentindo-se como um objecto. Agora entraria muito no feminismo, mas não posso porque sendo homem posso ser muito mal julgado…

Espero que te esteja a correr todo bem em Londres,
Beijinhos